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ARTIGO
Princesa Isabel - PB, terça-feira, 01 de abril de 2008 |
O boi do lixo O uso de bovinos é conhecido há mais de 10 mil anos. Eles servem como fonte de alimento, vestuário, medicamentos, força de trabalho, transporte, diversão, proteção e progresso econômico para o homem, em todos os momentos de sua história. Em alguns povos, ainda hoje, são considerados sagrados. Disso muitos sabem, porém, nunca se fala nos livros sobre a simples afeição de humanos para com os bichos; pois bem, veremos como isso aconteceu em Princesa em pleno século XX. Durante o mandato de prefeito em Princesa, em 1959, o S.r Antônio Maia teve a idéia de utilizar um boi para os serviços de coleta de lixo; o boi do lixo, ou “Mimoso” como era chamado, puxava um grande carro de cor cinza de tamanho aproximado de 2m². Este poderia ser apenas mais um animal de uso coletivo, mas, o que chama a atenção é o modo como as pessoas que o conheceram reagem, enchendo os olhos de saudade, quando se fala do bicho. Naquele tempo, o carro coletava o lixo de toda a cidade. Nos dias de feira, quando trabalhando, as pessoas o agradavam dando um abacaxi ou uma outra fruta. Contam os populares que Mimoso era grande boi avermelhado, daqueles que, se fosse hoje, qualquer pessoa adoraria ter uma foto em casa, uma verdadeira capa de calendário, contudo, para nossa tristeza até o momento nunca foi encontrada uma fotografia do legendário animal. O que impressiona é saber que mesmo sendo enorme e com chifres intimidadores, ele nunca atacou ninguém, pelo contrário, era extremamente dócil e todos podiam alisar seu pêlo, sendo que os mais corajosos subiam no lombo e era uma farra só. Mas tudo que é bom dura pouco. Com o passar dos anos, o prefeito Luiz Gonzaga de Souza, com o propósito de modernizar Princesa, trocou Mimoso por um trator que se encarregou da coleta. Mimoso continuou sendo propriedade do município, mas sem função definida. Na época, era cuidado por Severino Barbosa (Biu) e Seu Antônio Ribeiro, que o alimentavam (de palma, ou capim) e ele dormia na garagem da prefeitura, ou então no curral do açougue municipal. Ficou conhecido um triste fato do momento em que um indivíduo não identificado, após encher a cara de cachaça, cometeu a maldade de ferir o pobre animal com uma faca peixeira no momento em que dormia. Felizmente, com os cuidados e carinhos da população, Mimoso sobreviveu. Para surpresa do cantor de vaquejada, ele realmente ‘foi aposentado e morreu de velho’, deixando saudosas recordações. E assim são os valores do povo, as coisas mais simples, de boas lembranças de infância, a momentos marcantes que muitas vezes deixamos passar sem perceber que a vida é tão curta e mesmo assim bela. (por Laurindo Medeiros – Colaborador Cultural) |
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