NOTÍCIA

 

Princesa Isabel - PB, terça-feira, 11 de outubro de 2005

 

 Referendo sobre a comercialização de armas de fogo e munição

No próximo dia 23 de outubro, os princesenses vão participar do referendo sobre a comercialização de armas e munição. O delegado da polícia civil do Distrito Federal, Miguel Lucena, cuja terra natal é Princesa Isabel - PB, faz campanha pelo "não". Veja, abaixo, os versos.

(Mardson Medeiros)

 

POESIA

Desarmem os bandidos
(Miguezim de Princesa)  

Carlinhos Brown foi bem claro:
Vão desarmar o negão.
Esse povo é perigoso,
Pior de arma na mão.
O perigo é a revolta
Se tornar revolução.

O cidadão desarmado
Não pode ter reação.
Se a pátria for conspurcada,
Quem salvará a Nação?
Se a casa for invadida,
Quem deterá o ladrão?

Amazônia leiloada,
Quem marchará com o Não?
Soberania arranhada,
Vou resistir de facão?
Como serei reservista
Se não tenho nem mosquetão?

- Mãos ao alto, é um assalto -,
Grita na rua o ladrão.
Daqui que o soldado chegue,
Ninguém nos socorre, não.
E, se o ladrão sabe disso,
Vai agir sem ter pressão.

Quando vejo a Rede Globo
Fazendo a campanha do “Sim”,
Eu penso com meus botões
Só pode ser coisa ruim
Do diabo, do capiroto,
Do professor de Caim.

Possuir arma é direito,
Norma constitucional.
Preenchendo o requisito
De um cidadão normal,
Posso ter essa opção
Por ser de ordem legal.

Alegam que a violência
É gerada pela mão
De quem produz, quem trabalha,
Construindo essa Nação,
Puxando cobra pros pés,
Plantando milho e feijão.

Os artistas contem outra,
Isso é palpite infeliz.
Quem mata é o banditismo
Que se apossou do País:
Traficância, contrabando,
Corrupção de raiz.

Quem mata é a safadeza
No Congresso Nacional,
A sangria de dinheiro
Feita no poder central
E a indigência aumentando
Na porta do hospital.

Mata a falta de farinha
De carne, feijão e milho;
A mãe que não tem dinheiro
Para enterrar o seu filho
Sabe que foi o sistema
Quem apertou o gatilho.
 

O Estado vai gastar
Uma ruma de milhão
Nesse tal de referendo
Pra desarmar a Nação,
Mas reduziu os recursos
Da área de Educação.

As escolas desmoronam,
A criança não aprende,
O professor ganha mal,
O deputado se vende,
O milionário corrompe
E o cidadão se rende.

Contra a sanha do estrangeiro,
O parlamentar vilão,
O governante corrupto,
A ousadia do ladrão,
Contra o crime organizado,
Vou continuar armado:
Dia 23, voto “NÃO”.

Brasília, 5 de outubro de 2005.

 

ARQUIVO

- Revolta de Princesa: Miguel Lucena verseja sobre o conflito armado de 1930 (30/03/05).

 

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