Princesa Isabel - PB, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Sitônio imortal

No dia 11 de fevereiro de 2006, o escritor e jornalista Otávio Sitônio Pinto, natural de Princesa Isabel - PB, tornou-se o mais novo membro da Academia Paraibana de Letras. Ele vai ocupar a cadeira que pertenceu ao ex-governador Pedro Moreno Gondim. Sitônio escreveu "Caminhos de Toboso", "Dom sertão, dona seca", entre outros. Abaixo, segue a biografia.

(Mardson Medeiros, com informações de Tião Lucena e do jornal "O Norte")

BIOGRAFIA
(por Wellington Farias)

Otávio Augusto Sitônio Pinto iniciou seis cursos universitários em três universidades, abandonando as academias sem sequer trancar as matrículas. É natural do Território Livre de Princesa (reino incrustado entre as divisas da Paraíba e do Pernambuco), sobrinho-neto do caudilho José Pereira Lima, a quem chama de "meu tio e coronel", líder da luta armada contra João Pessoa, que desaguou na morte do presidente e no golpe de 1930-45.

Começou a trabalhar ainda menor, como gráfico e publicitário. Sua carreira continuou como redator e diretor de criação nas agências de propaganda MPM (na época, a maior do país), em Brasília e Recife, e Norton (a sexta, no ranking nacional), também no Recife, e várias outras, onde desenvolveu o aprendizado profissional do texto.

Criou o slogan "Lula lá", publicado como título de um artigo no Jornal A União, em 26 de novembro de 1988. Mas a peça só foi aplicada no segundo turno das eleições de 1989 e creditada ao publicitário paulista Carlito Maia. Criou, também, o slogan já massificado e sedimentado "Onde o sol nasce primeiro", em 1981, como diferencial mercadológico e marca da Paraíba.

Com o fim de voltar a sua terra, abandonou a propaganda, no Recife, para ingressar, por concurso, na carreira de Agente Fiscal do Estado da Paraíba, na qual se aposentou, passando a se dedicar às atividades de ruralista e garimpeiro.

Autodidata e rebelde, militou na imprensa local, onde foi redator e colunista de A União, O Norte e Correio da Paraíba, marcando sua presença ora com sua crônica lírica, ora com duros artigos de crítica e denúncia.

Foi membro da junta tríplice que governou o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, durante uma crise na entidade. Fundou e foi o primeiro presidente do Clube de Criação do Recife, que deu origem ao Sindicato dos Publicitários de Pernambuco.

A experiência adquirida no cargo de assessor de planejamento do Instituto da Terra (Interpa-PB) foi importante para a concepção do seu livro "Dom sertão, dona seca".

Publicou "Collor, a Raposa do Planalto", livro de ácidos artigos contra o então presidente da República, pela editora Anita Garibalde, São Paulo, 1992; "Caminhos de Toboso", poemas, pela Universidade Estadual da Paraíba e Sub-Secretaria de Cultura da Paraíba, em 2000; "Sessão das bruxas", crônicas, 2001, Edições Varadouro; "Deliciosos", crônicas, prêmio Academia Paraibana de Letras (APL) no ano 2000, pela União Editora, 2002; "Dom Sertão, Dona Seca", que ganhou três prêmios da APL no ano 2000 - Melhor Ensaio, Melhor Livro sobre Assuntos Econômicos, Melhor Livro sobre a Seca.

Participou de antologias e de suplementos literários. Na sua formação poética foi decisiva a companhia da Geração 59, da qual se aproximou em 1961, aos 16 anos. Em 1969, participou do III Festival Paraibano da Música Popular Brasileira, em parceria com o poeta e compositor Zezito Cabral, parceiro com o qual fez algumas peças musicais. Em 1970, dirigiu o IV Festival Paraibano de Música Popular Brasileira.

Fonte:
- Texto, http://www.umaseoutras.com.br/;
- Fotografia, http://www.vermelho.org.br/.

LIVRO*

Caminhos de Toboso:
 poemas de Otávio Sitônio Pinto.

* o historiador e pesquisador Emmanuel Arruda contribuiu com a imagem de capa do livro.