(UFPB-99) O trecho de
autoria do "coronel" Zé Pereira oferece uma
idéia do que foi o conflito interno na Paraíba, em
1930, conhecido como Revolta de Princesa: "Ora, eu me bato contra o governo da
Parayba há mais de sessenta dias. Como pois não
classificar esta luta onde já houve até agora cerca de
250 baixas, incêndios, dynamitação de dezenas e
dezenas de casas, assassinatos frios de crianças e
mulheres indefesas, prisão de senhoras como reféns,
campos de aviação em preparativos, aviões
apprehendidos, de uma guerra?
- É uma guerra; guerra civil não lhe
faltando nenhum dos seus característicos".
(Depoimento de José Pereira, Jornal do
Commércio. Recife, 09 de maio de 1930.)
Constitui um dos fatores determinantes que
desencadearam este conflito:
a) A prosperidade econômica da Paraíba,
que levou João Pessoa a adotar medidas fiscais de
abertura comercial com os estados vizinhos, forçando os
produtores de algodão do sertão a protestarem contra a
deliberação.
b) O acordo político entre Zé Pereira e a
Aliança Liberal, articulado pelo presidente Washington
Luiz, que estimulou o comércio da Paraíba com os
estados vizinhos.
c) A "guerra tributária", adotada
por João Pessoa, que provocou o rompimento político do
perrepista Zé Pereira, líder das oligarquias
sertanejas.
d) O apoio de João Pessoa a João Suassuna
em Catolé do Rocha, provocando desavenças entre Zé
Pereira (perrepista) e Silveira Dantas (líder liberal em
Teixeira).
e) A união das oligarquias algodoeiras do
sertão, que se encontravam decadentes devido a crise de
29 e eram favoráveis às barreiras comerciais contra os
estados de Pernambuco e Ceará.
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