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Diretor responsável: Dr. Gilson Melquíades de Medeiros, CRM-PB 2013, CREMEPE 12454.

FIQUE POR DENTRO

O que é colposcopia?
É um exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero através de um aparelho chamado COLPOSCÓPIO, que aumenta a visão de 10 a 40 vezes em relação ao tamanho normal. Modernamente, tem-se usado o colposcópio também para visualizar a genitália masculina, por isso, foi criado o termo genérico genitoscopia que se relaciona tanto ao exame masculino como feminino.

Qual a principal finalidade deste exame?
Aliado ao papanicolaou, detectar precocemente lesões pelo HPV (Papiloma Virus Humanus), que está presente em 94% dos casos de câncer do colo do útero. Alguns estudos também apontam uma associação de câncer de pênis com HPV tipo 16 em 30 a 50% dos casos, contudo, pelo fato de a incidência ser menor no homem, este é considerado portador assintomático do vírus.

Quem deve realizar colposcopia?
Todas as mulheres com vida sexual ativa devem se submeter ao exame preventivo periódico, inclusive as grávidas e histerectomizadas.

O que é peniscopia alargada e para que serve?
É o exame da genitália masculina com o uso do colposcópio. O objetivo é buscar lesões sugestivas de infecção pelo HPV. Além do colposcópio, utilizam-se técnicas de magnificação com a aplicação de reagentes como o ácido acético a 5% e o azul de toluidina para localizar lesões subclínicas (não identificáveis normalmente).

Quem deve realizar peniscopia alargada e quando?
Todo homem com vida sexual ativa deve fazer peniscopia anualmente.

Quais os locais mais comuns de lesões no homem?
Concentram-se mais freqüentemente no pênis e no escroto, sendo: 60 a 90% no prepúcio interno, 55% no corpo peniano, 15 a 20% na glande e 15 a 20% no escroto.

Qual a importância da peniscopia alargada?
Vários estudos evidenciam que a infecção pelo HPV se apresenta como verruga visível em aproximadamente 20% dos casos. A grande maioria das infecções genitais pelo HPV, em ambos os sexos, são subclínicas ou latentes - não detectáveis à vista desarmada - e para o diagnóstico são necessários exames como a peniscopia, que permite evidenciar as lesões suspeitas e possibilita a coleta de material para estudo histológico e biologia molecular.

Qual é melhor, o Papanicolaou (citologia oncótica) ou a colposcopia?
Estes dois exames não são excludentes, pelo contrário, devem ser associados.

Quais são os sintomas do câncer do colo do útero?
Não apresenta sintomas até atingir nível mais avançado, a partir daí existe corrimento avermelhado com consistência aquosa e sangramento durante relação sexual.

Se tenho HPV necessariamente irei desenvolver câncer do colo do útero (ou de pênis)?
Isto não é verdade, a maioria da população sexualmente ativa (cerca de 75%) entre em contato com o HPV e elimina espontaneamente o vírus do organismo sem mesmo desenvolver qualquer doença. Outros terão uma infecção transitória com duração média de 12 a 18 meses e menos de 1% corre o risco de ter câncer.

Além do HPV, são necessários outros co-fatores (por exemplo, predisposição genética, fumo, alimentação inadequada, estresse e falta de higiene). A infecção pelo HPV não se transforma em câncer de um dia para outro, por isso não existe motivo para desespero e angústia. Quando o HPV causa lesão no colo do útero, esta lesão passa por três etapas antes de se transformar em câncer. Os médicos costumam chamar estas etapas de neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) grau 1, 2 e 3. O tratamento nestas etapas cura completamente a doença e impede a progressão para câncer, além de não interferir na capacidade de ter filhos da mulher.

Como posso prevenir o câncer do colo do útero (e do pênis)?
Mantendo relações sexuais seguras, evitando multiplicidade de parceiros, etc. Deve-se também realizar Papanicolaou (mulheres) e colposcopia/peniscopia anualmente. O Papanicolaou detecta a presença de lesões em até 80% das vezes que ela está presente. Nas mulheres, se houver associação do Papanicolaou com a colposcopia a detecção da lesão ocorrerá em praticamente 100% das vezes. No caso do câncer de pênis, higiene é fundamental. Leia o gibi da Sociedade Brasileira de Urologia.

O que é exame Papanicolaou?
Também chamado pelos médicos de esfregaço cérvico-vaginal ou citologia oncótica. O colo do útero é raspado com uma espátula e o material coletado (células) é colocado em uma lâmina de vidro. Este material recebe uma preparação especial e é lido por um médico citologista.

O que é o HPV?
O HPV (papilomavírus humano) é um vírus que infecta o ser humano e que pertence a uma grande família. Até o momento, já foram identificados mais de 120 diferentes tipos. Este vírus, após o contágio, pode permanecer "adormecido" (sem causar lesões), provocar o aparecimento de verrugas (mãos, pés, genitais ou outras localizações) ou induzir o desenvolvimento de câncer.

Qual a diferença entre verrugas genitais e outros tipos de verrugas que aparecem em outras partes do corpo?
Nem todas as lesões de pele são verrugas, mas muitas delas têm em comum o mesmo fator desencadente: o HPV. Enquanto alguns tipos de HPV se desenvolvem melhor em determinadas áreas do corpo como mãos ou pés, outros têm preferência pela área genital. A verruga genital costuma se desenvolver na vulva, vagina, colo do útero, pênis e região próxima ao ânus.

As verrugas genitais se assemelham às verrugas de outras partes do corpo, e assim como estas geralmente são assintomáticas. Podem ser únicas ou múltiplas, pequenas ou grandes, cor da pele, róseas ou acastanhadas. Se não tratadas, podem crescer em tamanho e número, adquirindo aspecto semelhante ao da "couve-flor".

Vulgarmente, as verrugas genitais são conhecidas como "crista de galo"; os médicos as chamam de condiloma acuminado. Apesar dos vários nomes, todos se referem a mesma lesão.

Como ocorre a infecção pelo HPV?

O principal meio de transmissão do HPV é através de contato sexual com pessoas infectadas. Entretanto, a possibilidade de contaminação através de objetos como toalhas, roupas íntimas, vasos sanitários ou banheiras não pode ser descartada.

Já existe vacina contra o HPV?
Sim. Em 2006, foi aprovada pela ANVISA a Vacina Quadrivalente Recombinante contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18). Mais de 60 países licenciaram a vacina, dentre eles estão Brasil, Estados Unidos, os 27 países da União Européia, México, Austrália, Taiwan, Canadá e Nova Zelândia. Pedidos adicionais de licença atualmente estão sendo estudados pelas agências regulatórias em mais de 50 nações em todo o mundo.
Alguns estudos mostraram a eficiência da Vacina Quadrivalente Recombinante contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18), mas só daqui a alguns anos poderemos ter realmente certeza dos seus benefícios.

Quem pode tomar a vacina?
Por enquanto, é recomendada para pessoas do sexo feminino na faixa etária de 9 a 26 anos. Mais informações, clique aqui.

SUGESTÃO DE LEITURA:
PASSOS, Mauro Romero Leal. HPV: Que Bicho é esse?; 4. ed. Niterói-RJ: RQV Editora, 2006.

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