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COLUNA DE FRANCISCO FLORÊNCIO

 

Princesa Isabel - PB, sexta-feira, 06 de junho de 2008
 


Por Francisco de Carvalho Florêncio
(Engenheiro aposentado e pesquisador da história de Princesa Isabel - PB)

APRESENTAÇÃO

   Há muito tempo, MARDSON MEDEIROS  convidou-me para participar no seu site “PRINCESAPB” com matérias  sobre a história de Princesa Isabel.  Resisti, pelos mais diferentes motivos. Pelos mesmos motivos que não o fazia por outros meios.   Finalmente cedi. Depois de quatro anos de pesquisa, escarafunchando livros,  documentos,  onde eles pudessem ser encontrados,  finalmente dei por concluída a etapa de pesquisa. Um enorme trabalho ainda está por fazer na organização do material resgatado,  para poder disponibilizá-lo  para quem dele precisar.

   Cedi em nome daqueles que me cobram quase que diariamente o livro (que não é parte, ainda, do meu projeto de resgate histórico) sobre a história do povo princesense. O que apresentarei aqui no site, terá o mesmo conteúdo – com adaptações – publicado no jornal “FOLHA DE PRINCESA”, com a diferença principal de que aqui no site, o conteúdo será composto de diversos artigos em blocos homogêneos por capítulos.

  Muito já se escreveu sobre Princesa (vou usar esta denominação,  no lugar de Princesa Isabel, por simplificação). Quase tudo relativo à grande epopéia da revolta de 1930.  Quase nada sobre suas origens remotas, e quase sempre sem apoio de documentação e fontes fidedignas que permitam uma reconstrução do seu passado histórico.  Na dúvida  de que a fase atual do meu projeto possa ainda demorar muito,  resolvi mudar o roteiro e oferecer aos princesenses e outros interessados, aquilo que aprendi na minha tarefa de resgatar o patrimônio documental da história de Princesa.  Planejo escrever da forma mais direta e simples possível. Desejo fazê-lo principalmente para a nova geração ainda com menos de 30 anos, sem preocupações de natureza acadêmica, sem análises historiográficas aprofundadas. Usarei  o  estilo jornalístico. Leve, superficial e centrado nos fatos relevantes e interessantes. Usarei um roteiro por ordem cronológica dos fatos. Mesmo que isso contrarie o pensamento dos novos historiadores vindos da academia. Eles que peguem esse material e o façam ao estilo deles! Independente do estilo, todas as informações apresentadas são lastreadas em documentos oficiais (fontes primárias) ou contidas em outras publicações (fontes secundárias). Muito pouco vindas de relatos orais ou de fontes nitidamente duvidosas.  Para evitar um texto pesado e de leitura especializada, dispensarei as referências bibliográficas que serão incluídas no final desta série de artigos.

 

 INTRODUÇÃO

Dividi a história de Princesa em 5 grandes capítulos:

   PRÉ-HISTÓRIA – o tempo anterior ao início do desbravamento da região pelos colonizadores portugueses ou nativos brasileiros,  ou seja, do ano 1500 a meados de 1760. Apresentarei  os fatos relativos  à  ocupação do sertão paraibano e pernambucano, que antecederam e prepararam a chegada dos primeiros desbravadores da região onde hoje se situa o Município de Princesa Isabel, no Estado da Paraíba.

   DESBRAVAMENTO -  período que vai de 1760 (Séc. XVIII) até 1858 (Séc. XIX),  fase da ocupação territorial pelas primeiras famílias de desbravadores.

   FUNDAÇÃO – PRIMEIROS ANOS – a partir da construção da pequena capela em 1858, o início do arruado,  até 1875, quando então se torna a Vila da Princeza (assim mesmo, com “z”).

   DE VILA À “TERRITÓRIO LIVRE” – a partir da emancipação política e administrativa em 1875 até à epopéia da revolta de 1930.

   ERA CONTEMPORÂNEA   -  período que vai  de 1930 até os dias atuais.

Onde for interessante, junto com a descrição dos fatos e datas, acrescentarei anotações sobre a genealogia das famílias, estórias e curiosidades que possam dar um sabor especial a história do povo princesense.

         

(continuação...)

OUTROS DESBRAVADORES

Após a primeira sesmaria obtida por LOURENÇO DE BRITO, seguiram-se outras das terras onde vieram a se formar os futuros distritos e povoados de PRINCESA – São José, Manaira, Tavares, Juru, Agua Branca, Patos, Belem e outros. No quadro abaixo, estão relacionadas por ordem cronologica estas sesmarias:

Data
sesmeiros
Local descrito na sesmaria........ denominação atual

1767
FELIPE GOMES DE LEIROS
SERRA NEGRA ................ LIVRAMENTO/SÃO JOSÉ

1775
JOSÉ GREGORIO BEZERRA
RIACHO MOCAMBO........CANOAS/MOCAMBO/ARARA

1776
JOÃO DE SOUZA
LAGOA JUNCO......... JUNCO/MIXILA/INACIO ALVES

1777
FCO ARRUDA CAMARA
RCHO GRAVATÁ/MACACOS..... N. OLINDA/VARZEA CRUZ

1785
JOSE DE BARROS PEREIRA
RCHO PILOES/CALDEIRÃO............ TAMBORIL/LAVANDEIRA

1785
FCO GONÇALVES LISBOA...............
RCHO CACHOEIRA/S. BRANCA.... JURU/AGUA BRANCA

1787
PEDRO PEREIRA DA SILVA
PITOMBEIRA..............PITOMBEIRA / TAVARES

1787
MANOEL DE SOUZA BARBOSA.......
BELEM.................... BELEM/MANAIRA

1788
LÇO DE BRITO CORREIA..............
RCHO MACACO/ESCORREGADA....MACACOS/TIMBAUBA

1788
FRANCISCO FREIRE MARIZ ...........
LAGOA CARNAUBA.............................CARNAUBA/JURU

1790
JOSÉ RODRIGUES MARIZ
CONTENDAS/SERRA BRANCA...... CHAPADA/TAVARES/JURU

1790
FRANCISCO FREIRE MARIZ
SERRA BRANCA/BARRA.................. RIACHO EXU/JURU

1791
JOSE D’ARAUJO CAVALCANTI
RCHO VELHA/ESPINHEIRO.... .........BUENOS AIRES/MACACOS

1792
SEBASTIÃO ARAUJO E SILVA
RCHO DA ONÇA/BELEM ........ POÇO CACHORRO/R. ONÇA

1809
JOSÉ DA COSTA ALMEIDA
SERRA BRANCA...................... SERRA BRANCA/TAVARES

1815
JOSE DOS SANTOS SILVA
CANOA/BALANÇA............ SERRINHA/CANOA/BALANÇA

1815
MANOEL GOMES DA SILVA
LAGOA S JOÃO/GAVIÃO......... LAGOA S JOÃO/GAVIÃO

1816
LUIZ G. ALBUQUERQUE
GLORIA/CAMPOS ..................... CALDEIRÃO/CAFUNDÓ

1816
JOSE DE PAIVA MATOS
LAGOA PERDIÇÃO/BUENOS AIRES....... LAGE/BUENOS AIRES

1816
RICARDO ALCOFORADO
POÇO REDONDO ........................JURU

1816
SILVESTRE MARTINS OLIVEIRA
NORTE DE SÃO JOSÉ..... SALGADINHO/JACU/S.JOSÉ

1816
JOSÉ ANT. DE SOUZA
S. BRANCA/STA CLARA..... RAJADA/CATINGUEIRA/JURU

1816
DOMINGOS ALVES FEITOSA
SERRA BRANCA/EXU ...... SÃO FRANCISCO/A. BRANCA

1817
FRANCISCO SILVA LIMA
RIACHO CACHOEIRA...............CACHOEIRA MINAS

1817
FRANCISCO GOMES TORRES
ALAGOA TAVARES....................TAVARES

1818
JOSÉ BEZERRA LEITE
RIACHO DO MEIO.............MANAIRA/SÃO JOSÉ

Em 1822 (ano da Independência do Brasil), todas as doações de terras por sesmarias foram suspensas. Encerrou-se assim este processo de ocupação das terras do sertão. Esta relação das primeiras sesmarias serve para se visualizar a antiguidade da chegada dos desbravadores na região de Princesa e identificar as famílias que nela se instalaram. Alerta-se que as demarcações das sesmarias eram bastante imprecisas e na maior parte dos casos, seus limites são aproximações e nem sempre os possuidores de sesmarias chegavam a ocupar as terras efetivamente.

OCUPAÇÃO COMPLETADA

Com a independência do Brasil em 1822, foi suspensa a distribuição de terras devolutas por sesmarias. Somente em 1850, com a “Lei de Terras” é que novamente se regulamentou a ocupação dessas terras. Neste período (1822-1850), completou-se a ocupação da região de Princesa, através de compra e venda de propriedades, fazendo com que muitas terras de antigas sesmarias fossem se subdividindo e sendo ocupadas por novos proprietários, que viriam a se constituir nas futuras famílias que se estabeleceram na região, alem dos antigos sesmeiros e seus herdeiros.
Especificamente na região que hoje se constitue o Municipio de Princesa Isabel, onde se situava a sesmaria de LOURENÇO DE BRITO CORREIA, falecido em 1799, herdaram suas terras, sua viúva CATARINA DE BARROS CAVALCANTI e seus dois filhos JOSE D’ARAUJO CAVALCANTI e IGNACIA DE BARROS.
Em 1791, JOSÉ D’ARAUJO tinha também obtido uma sesmaria vizinha ao do seu pai, que ia do Riacho da Velha até o sitio Macacos (Nova Olinda). Já em 1816, ele vendeu as terras do lado sul da Lagoa da Perdição, que ia do sitio Lage até o sitio Buenos Aires, à
JOSE DE PAIVA MATOS (patriarca da família PAIVA que se instalou nos sítios Rancho dos Homens, Cedro e Lagoa de S João). Todas as demais terras em torno da Lagoa da Perdição, até o sitio Espinheiro, no poente, descendo até o sitio Canoas, subindo o riacho do Vinho, até o sitio Serrinha, pelo lado norte e passando pelo sitio Carneiro até voltar à Lagoa da Perdição, limitado ao nascente pelo sitio Gavião e Cedro, pertenceram à JOSE D’ARAUJO CAVALCANTI e seus herdeiros. Este, em 1816 fica viúvo e casa-se com NATARIA (ou NATALIA) MARIA DO ESPIRITO SANTO, também viúva. Sobre esta personagem lendária na história princesense, apresentarei maiores detalhes nos próximos artigos. Foi portanto por herança, que NATALIA se tornou proprietária de metade das terras acima descritas, após o falecimento de JOSE D’ARAUJO em 1836. Durante este período, desde a sesmaria inicial (1766) até 1858, a região acima delimitada foi conhecida como FAZENDA PERDIÇÃO. Há registros desta época, de atividades e moradores no local. Estes registros também indicam que os antigos proprietários, JOSE D’ARAUJO e NATALIA aqui não residiam, e sim na então Vila de Flores (Pe) e Sitio Espirito Santo (em Triunfo – Pe), talvez por conta das distancias e falta de conforto numa fazenda nestes confins do sertão. Paralelamente, nas vizinhanças vão se instalando novas famílias, tais como os MEDEIROS, CARLOS ANDRADE, RAPOSO (Queimadas, Capoeiras, Boa Vista, Oitis, Lage, Jericó,) ao sul (Pe), os FERREIRA RABELO (Buenos Aires, Manaira), LUZ , BEZERRA LEITE, MARTINS, (São José, Manaira), FLORENTINO (Patos), CAVALCANTI, TAVARES (Piancozinho, Patos), RODRIGUES MARIZ , PAIVA, MEDEIROS (Rancho dos Homens, Cedro, Lagoa S João), ALMEIDA , FREIRE MARIZ, GOMES, FEITOSA (Tavares, Juru, Agua Branca). Estas famílias primeiras, se entrecruzaram intensamente, formando a base da grande família princesense, que viria preparar o ambiente para o inicio da urbanização que viria a seguir.

(a continuar...)


 

História e estórias dos princesenses
Por Francisco Florêncio

A história - parte 1 05/04/08
Estórias - Chico Soares, o Canhoto da Paraíba 23/05/08
   

Francisco Florêncio escreve esta coluna gratuitamente para o "Princesapb.com"

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