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Princesa Isabel - PB, quarta-feira, 30 de julho de 2008 |
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"Abolição" não deixa a cultura extinguir Fundado em 1975, por João Mandu Neto, o Grupo de Cultura Abolição é uma instituição pública de direito privado, com natureza e fins não lucrativos, duração ilimitada e que se tem caracterizado pelo resgate da cultura brasileira, especialmente a nordestina, buscando no folclore a fonte de inspiração. Os principais objetivos são divulgar e preservar as manifestações populares do município de Princesa Isabel e do estado da Paraíba, através da dança, teatro, artesanato, música e de atividades sociais para educar e integrar a comunidade, propagando valores e artistas locais. O nome "Abolição" foi escolhido para homenagear o município de Princesa Isabel (PB) e, por extensão, está vinculado aos fatos do século XIX, quando foi promulgada a Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão. A dança se tornou o principal veículo condutor, usado na maioria das apresentações. Musicalidade e movimento As principais danças praticadas são o Retumbão, o Reisado, o Pastoril e o Xaxado. A primeira é um tipo de "dança da conquista", em que os cavalheiros procuram atrair as damas com o requebrado. O Reisado é bem mais conhecido. Trata-se de uma festa popular de várias regiões brasileiras, que ocorre do período do natal até seis de janeiro (Dia de Reis). As roupas coloridas, com capas de cetim cobertas por vidrilhos, espelhos e outros badulaques são característica marcante. Os personagens representados são o Rei, a Rainha, o Mestre, o Contramestre, os Mateus, o Jaraguá, etc. Os passos variam de lugar para lugar e, no caso de Princesa (PB), a música forma uma linha coreográfica exclusiva e as letras contam a história da dança, dando, assim, aspecto singular. O pastoril pode ser visto com as pastorinhas do cordão azul e do encarnado, dançando e cantando ao som do pistão, trombone, clarinete, bombo, além do maracá das pastoras e dos pandeiros da mestra e contramestra. No meio dos dois cordões, coloca-se Diana, vestida metade de azul e metade de encarnado. O Velho, também chamado de Bedegueba, dialoga com as pastoras, esparramando-se nas obscenidades. Uma espécie de bufão, de palhaço de circo, de Arlequim degenerado, dialoga com todos os personagens, entra em discussão com os espectadores, conta anedotas, faz trejeitos, põe em leilão cravos e rosas das pastoras1. É comum apresentações do pastoril, em Princesa, para arrecadar fundos para igreja. O xaxado, segundo Câmara Cascudo2, é uma dança masculina originária do alto sertão de Pernambuco e divulgada por cangaceiros até o interior da BA. É dançada "em círculo, fila indiana, um atrás do outro, sem volteio, avançando o pé direito em três e quatro movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado”. Contudo, o pesquisador folclórico da Universidade Federal da Paraíba, João Emídio de Lucena, contesta este conceito1. Para ele, os cangaceiros nunca dançaram xaxado e, para corroborar tal afirmação, ressalta que viajou por vários locais onde os cangaceiros teriam transitado e nunca soube nada a respeito. Afirma que dançavam, na verdade, xote, rancheira e valsa. "Inclusive, a música 'Mulher Rendeira' foi feita tempos depois para o carnaval", destaca. Para o pesquisador, o movimento teria surgido com a exibição do filme "O Cangaceiro", na década de 40, dirigido por Lima Barreto. O encontro com o presidente
Oficialização O Estatuto foi aprovado no dia um (01) de fevereiro de 1993 e teve o extrato veiculado no Diário Oficial da Paraíba, em 10 de fevereiro de 1994. Em 11 de março de 1994, finalmente o documento foi registrado em cartório. Assinaram Sandro Costa Mandu (presidente), Flávio Medeiros França (vice-presidente), Maria do Socorro Cavalcante (Secretária), Eliete Leite Ferreira (Tesoureira), João Mandu Neto (Coordenador Geral), Nilza Maria Costa Mandu (Fiscal), Riovanne Ricardo Figueiredo (Fiscal) e Miriam Leandro da Silva (Fiscal). Foi apresentado ao cartório do 1º ofício de Princesa Isabel, protocolado sob o número 854, na folha 96 do livro A-1. Registrado sob número 17, das folhas 18v à 20v do livro A-1. No dia 14 de agosto de 1998, foi publicado, também no Diário Oficial do Estado da Paraíba, Termo Aditivo que alterou o estatuto para permitir a candidatura de componentes com menos de dois anos no grupo e que desejassem concorrer a cargo eletivo. O grupo possui Cadastro Geral de Contribuintes (CGC) próprio e Alvará de Licença, concedidos pelo Ministério da Fazenda e Prefeitura de Princesa, respectivamente. Utilidade pública Em 23 de novembro de 1995, o governador José Targino Maranhão sancionou a lei que reconheceu o Grupo de Cultura Abolição como de Utilidade Pública. Em 1998, a Câmara Municipal de Princesa Isabel também concedeu este título. Ao pé da letra O vocábulo "abolição" significa acabar, fazer desaparecer, eliminar, extinguir, abolir. Certamente, o conjunto princesense é o paradoxo do que o nome poderia sugerir. Na verdade, eles preservam a cultura, enaltecem a arte e criam a cada passo uma identidade própria e ao mesmo tempo indissociável do folclore nordestino. (por Mardson Medeiros)
Referências
1. BRASIL. Ministério da Educação
e Cultura. Secretaria de Ensino do 1º e 2º graus/Fundação Movimento Brasileiro
de Alfabetização. Coleção Livro dos Municípios. Gincana Cultural "Descubra
a Paraíba": uma experiência pioneira. João Pessoa: /s.e/, 1985.
2. CÂMARA CASCUDO, Luís da. 1972
[1954]. Dicionário do Folclore Brasileiro. Instituto Nacional do
Livro/Ministério da Educação e Cultura.
Utilizamos
também como fonte alguns documentos oficiais, gentilmente cedidos pela
diretoria do Grupo Abolição.
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REGISTRO FOTOGRÁFICO
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