NOTÍCIA
João Pessoa - PB, terça-feira, 28 de setembro de 2004 |
Canhoto homenageado em Brasília Continuando o especial do "Princesapb web!" sobre Canhoto da Paraíba, abaixo seguem matérias do jornal "O Norte", publicadas no mês de junho, em que se fala do "Projeto Pixinguinha" e da homenagem prestada pelo Governo Federal ao músico princesense. (Mardson Medeiros) |
Jornal "O Norte", 5
de junho de 2004
Canhoto da Paraíba será homenageado pelo Governo Federal e ganhará um songbook
Da Redação
O violonista Canhoto da Paraíba será o homenageado do Projeto Pixinguinha 2004, que retorna aos palcos de todo o país em julho, depois de cinco anos de paralisação. A informação foi dada ontem pela diretora de Música da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Ana de Hollanda. A homenagem ao artista paraibano será realizada na quarta-feira, 9, no Palácio do Planalto, em Brasília, durante a solenidade oficial de lançamento do Edital do Projeto Pixinguinha, com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva, do ministro Gilberto Gil, do presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, e do presidente da Funarte, Antônio Grassi. Canhoto foi eleito o homenageado do ano do Pixinguinha em 1997, por indicação da produtora carioca Lu Araújo, que, juntamente com o maestro e violonista Caio Cezar, assessoravam o projeto. Ocorre que, naquele ano, o Pixinguinha foi cancelado abruptamente por falta de verbas, justamente quando o projeto coordenado pela Funarte completava 20 anos de existência. Até 1989, não houve interrupções. Nos anos 90, foram realizadas apenas três edições. No total, foram mais de 3 mil apresentações em todo o país, reunindo 700 intérpretes, entre artistas de expressão nacional e as chamadas "pratas da casa". Ao ser informada de que todos os artistas do Pixinguinha 97 foram convidados para participar da edição 2004, Lu Araújo entrou em contato com a diretora do Centro de Música da Funarte, Ana de Hollanda, sugerindo que Canhoto fosse o homenageado, uma vez que o violonista estava impedido de participar do projeto em virtude de paralisia provocada por uma isquemia. Ana - que também estava na agenda do Pixinguinha 97 - acatou prontamente a sugestão da produtora e, por sua vez, comunicou a idéia a Antônio Grassi, que avalizou de imediato a proposta. Ao justificar a indicação do músico paraibano, Lu Araújo ressaltou que o violão brasileiro é motivo de orgulho nacional e as composições geniais de choro também. Segundo ela, é preciso destacar que Canhoto é um dos mais representativos violonistas do país e seu reconhecimento continua distante da sua importância para a música brasileira. "Penso que ele deve ser lembrado ainda em vida e que sua obra possa atingir um número maior de pessoas, principalmente os jovens músicos. Este é o principal objetivo do registro deste trabalho, organizar parte deste patrimônio da cultura paraibana e nordestina e devolvê-la ao Brasil", acentuou. Ana de Hollanda disse ontem, por e-mail, que sentia-se triste pelo fato de Canhoto estar impossibilitado de participar do projeto devido a problemas de saúde. "Ele tem todos os motivos para ser homenageado, entre outros, pela sua obra, pela contribuição dele à música brasileira, pela influência sobre as outras gerações. Ele é um orgulho para o Brasil e para a Paraíba em especial", elogiou. A diretora da Funarte informou ainda que os artistas programados e cancelados no Pixinguinha 97, quando o projeto foi suspenso, entre eles Canhoto, o homenageado, vão participar da solenidade em Brasília. "O Caio Cezar, que faria a excursão com Canhoto em 97, vai participar dessa programação de 2004, fazendo também uma homenagem ao Canhoto em seu show", completou. Songbook - Lu Araújo e Caio Cezar idealizaram e desenvolvem juntos há 4 anos uma aprofundada pesquisa sobre a vida e a obra de Canhoto da Paraíba, cujo resultado será transformado no primeiro "songbook" (livro de canções ou de música) do artista paraibano. Com direção artística de Caio, a obra reunirá em 246 páginas cerca de 50 partituras em cujas transcrições o estilo de compor e tocar do artista será respeitado e reproduzido fielmente. Fotografias e depoimentos de fontes vivas como músicos, jornalistas e acadêmicos ilustrarão a trajetória do artista. Uma análise crítica da obra de Canhoto complementa o projeto. A partir de pesquisa realizada ao longo dos últimos dois anos, o "Songbook Canhoto da Paraíba" abordará as principais composições do artista, incluindo 22 peças inéditas. "Do repertório selecionado, formado basicamente por choros e valsas, podemos destacar 'Visitando Recife', 'Com mais de mil', 'Reencontro com Paulinho', 'Pisando em brasa', 'Tua imagem', 'Grito de Mestre Sérgio' e 'Todo cuidado é pouco', explicou a produtora. Entre as inéditas que estarão no livro, Lu Araújo citou três composições: "Agudinho", "Saudade de Princesa" e "Sorriso de Vitorinha". O "songbook" deve ser lançado por uma grande editora de São Paulo. Cerca de dois terços do material que será incluído no "Songbook Canhoto da Paraíba" foram recolhidos pelos pesquisadores de registros caseiros em fitas-cassete, cedidas por amigos pessoais, músicos e pesquisadores como Marco César, Renato Phaelante e Penoel. "Numa delas, Caio Cezar descobriu uma entrevista feita por Jacob do Bandolim à Canhoto da Paraíba, onde o grande mestre do Bandolim registra toda sua admiração ao Canhoto, a quem chamava de 'sacristão', uma alusão ao papel que este teve em sua infância na Igreja de Princesa Isabel, na Paraíba. Canhoto, na oportunidade, passou 15 dias na casa do Jacob, sendo acompanhado nos saraus por Zé do Carmo (violão) e Rossini Ferreira (bandolim)", revelou Lu Araújo. Na entrevista, Jacob lembra que ele e Canhoto tocaram juntos em vários locais e que todo mundo queria conhecer o músico da Paraíba. "Ele tocou nas mais diversas condições, sem nunca errar uma nota. Eu boto a minha palavra nisso. Ele é um legítimo representante da cultura popular, de uma simplicidade única", afirma. O bandolinista diz ainda que, enquanto todos se concentravam para tocar, o "sacristão" solava choros muito difíceis, rindo da sua cara, sem fazer esforço nenhum. "Tanto fazia estar tocando às três da tarde ou às nove horas da manhã, quando me acordava com violão na mão tocando choros da mais alta qualidade", comenta.
Jornal "O Norte", 10 de junho de 2004
"Canhoto da Paraíba" recebe homenagem do presidente Lula
Agência ABr
Ao relançar o Projeto Pixinguinha nesta quarta-feira, dia 9, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que uma das prioridades de seu governo tem sido retomar os bons projetos públicos, que "por alguma razão foram interrompidos". Na oportunidade, Lula prestou uma homenagem a “Canhoto da Paraíba”. “O nosso único critério tem sido o interesse público. Se o projeto é bom, não importa quem teve a idéia, não importa quem o começou. O que importa é o benefício que o projeto pode trazer para a nossa população”, afirmou. Lula disse que o Projeto Pixinguinha vai levar a música de qualidade a todas as classes sociais. Ele elogiou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, por trazer o projeto de volta aos palcos de todas as regiões do país. O ministro Gilberto Gil disse desconhecer as razões pelas quais o Projeto Pixinguinha foi interrompido há sete anos. Mas garantiu que está sendo retomado com força total e com os mesmos moldes do clássico. Ontem, foi lançado o edital com as normas para inscrição no Projeto, que tem estréia prevista para setembro. As inscrições deverão ser feitas até 9 de julho. A nova etapa do projeto vai realizar, este ano, 93 shows em 27 cidades brasileiras, a partir de setembro. Para cada apresentação será selecionado um artista local pela Secretaria de Cultura, que se apresentará junto a dois cantores já conhecidos pelo público. Coordenado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), o Projeto Pixinguinha tem patrocínio da Petrobras. |
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